Presidente da Bolívia nacionaliza a riqueza do país
> Muitos podem achar que eu sou maluco, mas apoio as medidas governamentais de Evo Morales. Uns dizem: Que absurdo, ele vai correr com a Petrobrás da Bolívia, oferecendo bananas aos brasileiros. Sim. E faz isso para o bem de sua nação. > O Brasil sofre colonização comercial desde a sua existência. A história já sabemos de cor. Primeiro vieram os portugueses, devastando florestas, usurpando riquezas, exterminando os índios. Até aí tudo igual ao que aconteceu na América espanhola. Depois de um grito de “Independência ou Morte”, dito a meio tom, proclamamos nossa independência da Coroa portuguesa, para responder nosso direito de existir no mapa, ao mercantilismo inglês. No século XXI, o mundo trocou de dono e referenciamos com floreios aos EUA, mas a diferença é que tudo isso legalizado pelo liberalismo econômico. > Vou citar mais um exemplo para colorir a história. Existiu certa feita na América Latina, uma nação que ergueu barreiras em seus rios, tabelou os preços dos produtos de importações com taxas de impostos que não acabassem com a sua economia interna, valorizou o produto interno, e, consequentemente, construiu o primeiro país auto-sustentável do irrisório mundo novo. Daí surgiu um Sir descontente e financiou países vizinhos a este rebelde, que não baixou a crista, a proclamarem uma guerra que não lhes interessava. Agora daremos nomes aos bois, para quem ainda não descobriu: A nação auto-suficiente era o Paraguay, com “Y” mesmo, que foi massacrado por Brasil, Argentina e Uruguai, sob a doutrina dos Ingleses. Resultado, o Paraguai, agora com “I”, sofre dupla exploração. Exploração primária dos países em eterno desenvolvimento da América Latina leia-se, Brasil e Argentina, e consequentemente dos exploradores deste, leia-se, grandes multinacionais européias e estado-unidenses. > O Brasil teve seu precioso solo mineral quase esgotado pelos portugueses, além de grande parte de sua riqueza vegetal. A montanha de Potosí na Bolívia, um colosso recheado de prata, custou ao país a escravidão de seus nativos, que trabalhavam até 19 horas por dia, e viviam aproximadamente até os 24 anos, segundo registros históricos. Percebemos que a história dos países é parecida, não fosse hoje o Brasil explorar o subsolo boliviano. > O que Morales faz por seu país é urrar pelo que é seu por direto. Talvez não seja da melhor forma, mas com certeza é com a melhor das intenções para seu povo. As empresas de petróleo como a Schell e a Standard Oil deviam ter sido escorraçadas do solo de língua latina assim que puseram suas primeiras garras sobre nós. > A mensagem que quero passar é que se morasse na Bolívia estaria orgulhoso de meu presidente. Ao contrário do ressentimento que tive do nosso, na venda da nossa maior mineradora brasileira ao capital estrangeiro, cito a Vale do Rio Doce. Evo, pelo menos ainda, não traiu suas convicções de homem do povo.